Thursday, January 10, 2008

Meu amor,
Sou tão pequeno que mergulho no chão por baixo de ti
E tu és só as partes ínfimas do teu corpo que eu nunca vi
A lua cobre o teu cabelo
Como se tu não fosses feita de gelo
Mas a lua não te deseja tanto como eu

A minha imaginação é um véu que te esconde quase toda
E quase toda é tudo aquilo que tu és
Todas as noites e todos os dias sonho em fazer amor contigo
E faço-o mesmo à tua frente

Não quero nada de bom vindo de ti
Eu sei que o teu peito pede um coração que o perfure
Ou um outro peito encostado a ele a delirar de tão inquieto
Receoso da cereja palpitante sem coragem de roçar o gume do punhal
Para não perder uma gota de sangue que seja

Nunca disse que te amava, e não vou dizê-lo agora
A menos que te dispas e entres na minha cama
Antes que a minha cama desapareça sob os meus ossos
Sobretudo naquele momento em que o meu amor e o teu interior ocupam o mesmo espaço, ao mesmo tempo

1 comment:

Mariana Simões said...

O teu texto está lindíssimo se quiseres passa também no meu espaço. Um beijo.