Thursday, May 31, 2007


O meu Elvis continua a ser o Elvis (não como os meus Beatles, que são os Birthay Party). Ora bem, poderia discorrer longamente sobre as mais belas mortes do rock´n´roll, mas não o farei, porque são seis e meia da manhã e não quero juntar o meu próprio nome à lista. Mas sou capaz de assegurar que a do Jeff não entraria no meu top 10, não é por aí (cantar Led Zeppelin nunca deu grande glamour a ninguém). Eu acho, pelo contrário, que a morte enegreceu o mito, ou antes, impediu-o, gosto de imaginar um Jeff a enveredar por uma estética mais soul (completamente na onda da "Everybody here wants you", do "Sketches..."), até porque a voz dele ganharia uma dimensão sem par, se isso acontecesse. Um Jeff a largar a guitarra e a deixá-la a apanhar pó. Um Jeff bêbedo e barbudo a invocar os deuses em cada canção. Um Jeff com o olhar cada dia mais triste, um olhar que reinventaria a noção que temos de triste. Um Jeff morto por volta de 2015 num quarto de hotel em Paris ou em Las Vegas, afogado na banheira a cantar, va lá, "Stairway to Heaven" (ao contrário). E evitar-se-iam cenas em capots de carros (pensei que tinham sido os Tindersticks, não seria mais apropriado?), um homem só sobe para os capots dos carros dos outros e é para os partir. Yeah! Ou seja, não me lixes, é estúpido, numa relação heterosexual, ser o homem o fã de Jeff Buckley... Mais do que estúpido, é contra-natura. Se tens uma rapariga, para que é que ouves Jeff Buckley? Meu caro, ouvir Jeff Buckley é o mesmo que ler a Gina...

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