Thursday, October 4, 2007

a rapariga que partilha a minha vida

silêncio na cidade me atordoa
atordoado eu permaneço atento
na arqui-bancada para, a qualquer momento,
ver emergir o monstro da lagoa

a rapariga que partilha a minha vida
gosto de imaginá-la na cama de outro homem
arrogante, misógino, mal intencionado e nem sequer muito bonito
a lentidão com que isso me passa pela cabeça
e me cruza um sorriso que não consigo definir
a maneira fácil como se deixam levar
o modo intricado como os seus desejos se revelam
mas ela tem sempre vontade de se divertir (poque é feliz)
e um gosto difícil de adivinhar
portanto, a cena é:ela deitada de bruços
e, de uma maneira ou outra, o tempo faz tudo o que ela quer
ele está por cima dela de qualquer maneira
ele está acima de mim de alguma maneira
ela diz que é feliz comigo
como todos são felizes com ela
quem me dera ter diamantes para tanta prata

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