Quando ninguém quer ouvir
O que eu tenho para
Dizer, eu falo sozinho
Sozinho eu berro, eu mordo
Eu babo-me e fito o
Espelho com olhos vermelhos
E expressão alucinada
Eu encho o quarto de ranho
Pinto as paredes de preto
Mordo a língua, arranco os olhos
Conjecturo a maneira de matar
O meu amigo polaco
(Sou original, e
Tenho sempre ocupações
Bizarras com que posso
Exorcizar o tédio)
Eu falo sozinho, e balbucio
Palavras satisfatoriamente
Inconsequentes que nunca
Hão-de ser ouvidas por
Ninguém
E ainda bem
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